FLOR DA APATIA
Sinto o aperto do espírito que deseja aflorar
Que arde e arrebate... E não me poupa
E marca em meu corpo o descontamento
Com a vida presa, com as algemas que lhe impus!
E sofro duplamente, pois sou a vítima e o culpado
Não rio e nem choro, apenas me calo e vejo o tempo passar
E o passado cresce triste enquanto um futuro borrado se desenha
O mundo real não se parece com o pesadelo de minha mente
Não vejo o que é e nem o que há
Vejo o que quero mesmo sem querer
Nada é senão o sofrimento alucinante da mente adoecida
Não há amor e nem ódio
Somente a flor triste da apatia sobrevive
E, como uma praga, escurece tudo ao redor
Esteriliza todas as cores, cheiros e sensações
O mundo não gira, não muda... não tem virtude alguma