ser tão só
os pingos da chuva na telha de zinco
a imaturidade do cheiro do mato
só há melodia no canto do galo
com a luz da varanda ainda acesa
a broa de milho e o café sobre a mesa
o choro do vento que ouço e me calo
o olhar do sertão nunca será ingrato
se o corte da lenha é feito com afinco
as tardes que fazem as vontades da lua
as noites que pedem a mesma oração
manhãs sertanejas da horta molhada
da cor do sertão está impregnada
aquela saudade incólume e nua
que borda os contornos de um coração