Cinzas

Cinzas

No pulsar da vida,

o crepitar da paixão

incendiando corações

desavisados.

Um vermelho avassalador

percorrendo as entranhas

ao vagar de um amor

incandescente.

Toras vivas,

de encontro ao vento,

repicando sonhos,

na construção da dor.

Um ardor iluminando

as madrugadas frias,

entrecortadas de gemidos

e desejos.

Um fogo que não se consome

ante as lentes dos homens

e o derramar latente

da hipocrisia.

Por fim, se desvanece

entre cinzas de desencanto,

guardando na memória

o tempo em que reluziam.