A CENA DO CAMPO


Grasna o corvo
Sob lua crescente
Cresce o som
Da gralha cinzenta
O espírito moldado
Entre a várzea
Verde nublada
Querem toda
Fortuna
Dos que sonham
Com cercas
Que um ente
Crucificado
Abraça sozinho
Vira ombro amigo
Observa
O inimigo
Alertado
Das conversas
Estranhas ao ninho
Tiros de estanho
Perseguem
Por toda parte
P’ra que serve
Esta arte
Derrubarei
Atearei fogo
Diz pra si mesmo
Depois de ficar
A esmo
Do que sobrou
A fornalha
Se espalha
come a carne
o tempero
a casa
o que contaria
história
ficou sem glória
no pasmo calcado
fez nascer o absurdo
agora delgado
sentado retira
chapéu
como dizendo
amém pra sorte
que vai...