A borboleta do jardim

Uma borboleta em meu jardim

Encantada veio até a mim

Pôs-se então a versejar

Que lugar belo tu tens

Isso me faz tão bem

Aqui hei sempre de morar

Em um mundo de poluição

Tu ainda tens preocupação

Em preservar a vida

Admiro tua humanidade

Hoje uma raridade

Na tua gente homicida

O poder da ganância

Desperta a ignorância

Imbecil, demente, egoísta

Homens com acefalia

Afligem dor, agonia

São sanguinários, sadistas

Embevecido respondi

Confesso que nunca vi

Um jardim igual ao meu

O capitalismo é egoísta

Deixa o ser individualista

Um grande idiota filisteu

Gosto da natureza

Admiro a sua beleza

O seu verde. Nossa vida

Ela é o ar do meu pulmão

O pulsar do meu coração

Dói-me vê-la ferida

Cultuo lindas bromélias

Flor de lis, Camélias

Orquídeas e açucenas

Seus perfumes têm sabor

Atraem suas irmãs e o beija-flor

A atuarem nesta divina cena

Estimo a flor de margarida

Como mal me quer conhecida

Simboliza o amor inocente

Há mais de mil anos existe

À praga humana ela resiste

É suave, formosa, valente

Planto minhas flores

Cultivo meus amores

Sou também um criador

Vivo sempre em festa

Na minha mini floresta

Com mais flor, cor, amor

Minha pequenina senhora

Amo a fauna e a flora

Elas exalam o viver

Se queres aqui morar

Traz suas malas para cá

Será um prazer te receber