CENÁRIO DO DIA
CENÁRIO DO DIA
AMANHECE. O SOL DESPONTA PRIMEIRO NESTE LUGAR.
O MAR BRILHANDO PRATEADO POR ENTRE AS BRECHAS DOS PRÉDIOS.
A MATA APARECE TODA VERDE.
O DANADO DAQUELE PRÉDIO EM CONSTRUÇÃO QUE ROUBOU A METADE DA MINHA VISÃO, INCOMODA COM OS BARULHOS INCONSTANTES.
NO TERRENO VAZIO UM HOMEM SEM CAMISA E DESCALÇO, CAMINHA COM DOIS CACHORROS SEM COLEIRA, UM PRETO OUTRO BRANCO.
DÁ VONTADE QUE A ROTINA DIÁRIA SEJA MUDADA. DE REPENTE O COMPANHEIRO DEIXA CAIR GRAXA PRETA LÍQUIDA NO LENÇOL. VAI PRA MÁQUINA. ALGO DIFERENTE NO DIA DE HOJE.
E OS RUÍDOS DA CONSTRUÇÃO CONTINUAM. ATÉ SIRENE ELES USAM.
VEJO O JARDIM DA CASA DE UMA AMIGA, AS MESINHAS DE FERRO BRANCAS COM O POSTE DO GLOBO APAGADO.
NO PRÉDIO AO LADO A PISCINA AZULZINHA BRILHANDO E O CAMPO DE FUTEBOL VAZIO.
LÁ NO CANTO ALGUMAS NUVENS ESCURAS TEIMAM EM APARECER.
O VENTO DESSARRUMA MEUS CABELOS. PARECE QUERER CHOVER.
UM HOMEM DE BERMUDA COM UM BONÉ LARANJA E LENÇO PENDURADO POR TRAZ DO PESCOÇO, PUXA UMA CARROÇA E PEGA PAPELÃO NO ENTULHO DA CONSTRUÇÃO E SAI ANDANDO. PARA MAIS NA FRENTE, PEGA UMA LATINHA E DOBRA A ESQUINA DA RUA E DESAPARECE.
DOIS CACHORROS MARRONS PASSAM CONVERSANDO PELA RUA A PROCURA NÃO SEI DE QUÊ.
POUCOS CARROS EM TRÂNSITO.
AINDA TEM BANDEIRINHAS VERDE E AMARELA DENPURADAS NAS CASAS MAIS HUMILDES.
O TEMPO ESTA MUDANDO, COMEÇA FAZER FRIO NA VARANDA.
AS NUVENS E O SOL CONTINUAM BRIGANDO PARA VER QUEM VAI VENCER.
A SECRETÁRIA QUE NÃO CHEGA.
SEI NÃO. VOU PARAR POR AQUI.
O CENÁRIO MUDA, OS PERSONAGENS MUDAM, O TEMPO MUDA.
AFINAL O DIA É DIFERENTE E TENHO QUE IR ANDANDO.