MINHA CANÇÃO DE EXILIO
Belo jardim, 10 de maio 1998.
Nasci entre os coqueiros catolés
Onde a garrincha faz o seu ninho.
Lá o sol nasce entre os montes
E, no fim da tarde, põe-se bem mansinho.
Nosso luar parece ter mais beleza
Que não a vejo pelas bandas de cá;
O céu parece ser mais grandioso
E azulado pelas bandas de lá.
Existem árvores na minha terra
Tão floridas de esplendor sombreiro;
Onde praticava minhas travessuras
De moleque traquino e arengueiro.
A nossa fauna tem muito mais bichos;
Nossas paisagens muito mais encantos.
De cá não ouço as lindas cigarras
Entoarem os seus saudosos cantos.
OH! Deus meu, peço-te, portanto,
Que a morte não me venha de mansinho.
Antes de eu regressar à minha terra
Onde a garrincha faz o seu ninho;
Antes de eu ver os coqueirais
Onde canta o bando de passarinhos.