Vento Amigo

No vento procuro consolo amigo,

Que ninguém mais me poderá dar,

Murmura-me onde encontrar abrigo,

Onde eu me possa lamentar.

Nas planícies embrumadas eu caminho,

Em busca dum destino meu e só,

Transtornado e em pleno desalinho,

Acabo apenas por lhes fazer sentir dó.

Deixem-me para lá das montanhas,

Sucumbir escoando-me pelo rio,

Construir pequeninas casinhas,

Rodeadas de tumbas em pousio.

Lx, 11-11-1993

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 04/06/2014
Código do texto: T4832601
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