Vento Amigo
No vento procuro consolo amigo,
Que ninguém mais me poderá dar,
Murmura-me onde encontrar abrigo,
Onde eu me possa lamentar.
Nas planícies embrumadas eu caminho,
Em busca dum destino meu e só,
Transtornado e em pleno desalinho,
Acabo apenas por lhes fazer sentir dó.
Deixem-me para lá das montanhas,
Sucumbir escoando-me pelo rio,
Construir pequeninas casinhas,
Rodeadas de tumbas em pousio.
Lx, 11-11-1993