Tejo Virtuoso
Translúcido e cristalino nasceste,
Lá longe numa nascente abrigada,
Sublime pelas encostas do monte desceste,
Vigoroso e com jovialidade apurada.
Percorreste por leitos tresmalhado,
Incansável banhaste vales carenciados,
Benemérito sem ouvir nunca obrigado,
Ofereces o néctar da vida aos bocados.
Quando passas por mim cansado,
Devagar ondulas ao vento,
Em busca do mar salgado,
Adormeces feliz ao relento.
Água santa da minha terra,
Inspira poetas e enche telas,
Lavado de lágrimas enterra,
Os marinheiros das caravelas.
Eternas ao meu olhar,
Aguardam solenes o destino,
Serenas e calmas a desaguar,
Gaivotas entoam patriotas o hino.
Lx, 2-7-2004