Tejo Virtuoso

Translúcido e cristalino nasceste,

Lá longe numa nascente abrigada,

Sublime pelas encostas do monte desceste,

Vigoroso e com jovialidade apurada.

Percorreste por leitos tresmalhado,

Incansável banhaste vales carenciados,

Benemérito sem ouvir nunca obrigado,

Ofereces o néctar da vida aos bocados.

Quando passas por mim cansado,

Devagar ondulas ao vento,

Em busca do mar salgado,

Adormeces feliz ao relento.

Água santa da minha terra,

Inspira poetas e enche telas,

Lavado de lágrimas enterra,

Os marinheiros das caravelas.

Eternas ao meu olhar,

Aguardam solenes o destino,

Serenas e calmas a desaguar,

Gaivotas entoam patriotas o hino.

Lx, 2-7-2004

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 31/05/2014
Código do texto: T4827117
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