ZELOTE

ZELOTE

Quão lúgubre quanto a uma noite de inverno

De uma imponente selva pantanosa,

Sombria, mórbida, gélida, caudalosa,

Assim também está minha pobre alma,

Sem paz, afeto, gozo, prazer ou calma,

Perdida nas encruzilhadas dos meus devaneios.

Uma agonia infinda me corta o peito

Arrancando-me a vida a cada instante

Sinto-me como um zelote errante

Que sem propósito algum mantem a espada

Que sente pressa em tê-la desembainhada

Mantendo a sua honra por quais quer meios.

Em meio à guerra sangra, transpira e chora,

Lágrimas, suor e sangue lhe correm à face,

A mente martelando diz: jamais fracasse,

Não deixe seus irmãos de fé mortos em vão,

Ao seu redor jazendo, já podre ao chão,

Inerte está seu povo doutora amado.

Na solidão nefasta contempla seu derredor

Observa o caos oriundo da brava guerra

Gerada em nome do amor, por fé, por terra,

Percebe enfim que em pé só tu restaste

Convicto que pra D’us grão bem prestaste

Segue seu destino triste, não derrotado.

Allan Johnny Sales Fróis 25/05/2014

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 26/05/2014
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