O Morro do Olemar do Agostinho
Não me pergunte
se eu gostaria de subir
aquela montanha novamente.
Responderia que ela está em mim,
em meu coração.
Não dá para ver o mar, de lá!
Mas do morro do Olemar
vejo a Lagoa Redonda,
dourada pelo sol da tarde.
Contemplo a grande e verde pastagem
e a fazenda do outro lado do brejo,
onde passei minha infância.
Vejo nossa centenária casa,
os currais, o barracão, a pocilga
e a casa de máquinas... e no horizonte
mais distante, Corguinhos.
Do Morro do Olemar, sinto ainda:
O meu pai chamando o gado,
o movimento dos empregados,
a minha mãe colhendo frutas no quintal
e o encanto de minhas irmãs
brincando de casinha.
Do morro do Olemar
vejo meu cavalo Caçula
correndo comigo
pelos campos e várzeas
coloridos pelo rosa e o azul
do casarão que meu pai teceu.
O morro já não é mais do Olemar.
Somente o nome ficou.
A fazenda já não é a mesma!
O tempo a desbotou!