O Morro do Olemar do Agostinho

Não me pergunte

se eu gostaria de subir

aquela montanha novamente.

Responderia que ela está em mim,

em meu coração.

Não dá para ver o mar, de lá!

Mas do morro do Olemar

vejo a Lagoa Redonda,

dourada pelo sol da tarde.

Contemplo a grande e verde pastagem

e a fazenda do outro lado do brejo,

onde passei minha infância.

Vejo nossa centenária casa,

os currais, o barracão, a pocilga

e a casa de máquinas... e no horizonte

mais distante, Corguinhos.

Do Morro do Olemar, sinto ainda:

O meu pai chamando o gado,

o movimento dos empregados,

a minha mãe colhendo frutas no quintal

e o encanto de minhas irmãs

brincando de casinha.

Do morro do Olemar

vejo meu cavalo Caçula

correndo comigo

pelos campos e várzeas

coloridos pelo rosa e o azul

do casarão que meu pai teceu.

O morro já não é mais do Olemar.

Somente o nome ficou.

A fazenda já não é a mesma!

O tempo a desbotou!

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 22/05/2014
Código do texto: T4816581
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