Meu quintal
A manhã chega
O sol despreguiçou por detrás dos edredons verdes
As árvores e suas folhas
Vão ganhando um tom laranja
De meio a meio
Pois metade se faz de sombreado das telhas da casa
Chegam os convidados; sabiás, bem-te-vis, joãos de barro, beija flor, tucanos...
O gato vigia por cima do muro
As frutas suculentas lentamente amadurecem
E eu com meu copo com café
Observo tudo como ler um poema
E a passarada alvoroçada no pé de amora
Rima comigo
O vento sopra manso embala lenta a rede vazia
Sob a sombra do abacateiro
São versos para meus ouvidos
Nos entrebater das folhas secas
Que dançam na caída do tempo
As flores lembram meus amores
Que nascem e desnascem
E o dia toma conta do quintal
Meu livro
Meu jornal