Revelações...
Vovó sentada na cadeira de balanço
Saltita a agulha pelo pano de prato
Num ir e vir da linha num rendilhado
Feito portas abertas para sacolejar
Neurônios, num rememorar sem fim.
Enquanto isso, minha língua lambe
O saquinho de juju. Eu aqui destoada
Das notas desafinadas do presente
Volto ao passado ouvindo
Cantigas de mal dizer... mal querer,
ensurdecida, cega de verdades
mal contadas...
Nos ouvidos da parede descascada
Numa ação involuntária do vento.
Eu aqui sentada olhando o limbo
No chão de cimento, sofro junto
A ação do tempo!