Não quero mais
Não quero mais um poema que agrada
não quero mais um poema de amor,
não quero cantar mais farsas
quero falar da vida que também é morte e dor.
Meu riso também é pranto
meu pranto também já foi riso
minha vida é uma morte
minha morte já se refez em vida
Pela vida andei desnuda
mesmo assim não fui vista
Tive a sorte grande de
me ver ainda em vida
Nos escritos decorados
tediosos aplausos ganhei
mas na verdade dita
repúdios ganhei
Tenho os pés cansados
dos caminhos que andei
mas minha alma ainda é nobre
reconhece quem é rei
Aquela que fui já partiu
agora, não quero mais um poema que agrada
quero meu verso livre criando asa