Tempo
Tempo oh tempo, o que fizeste!
O que fizeste com o que eu era antes!
Mexeu em tudo, transformando o mundo!
Não és capaz oh tempo de nada me devolver.
Onde está o ranchinho que me viu nascer?
Aquela cachoeira que não existe mais!
O sorriso de mamãe, onde escondeu?
O som martelado do cavalgar quando papai montava,
nunca mais apareceu.
A minha juventude já se foi,
maduraste minha existência mudando meu rumo.
Não me destes filho pra lutar contigo.
Só não me tiraste a vida,
que me é tão querida.
Eu aprendi viver.
Me tiraste tanto!
O que tu queres agora?
Que me derrame em pranto?
Oh tempo, oh tempo!
Uma coisa não conseguiste,
não roubaste minha esperança.
Te desafio em duelo mudo,
e sou capaz de lhe perder tudo
se me tirares a alma de criança!