A mágoa

Às vezes fico pensando

Se vale a pena nascer

Uma vida inteira lutando

Apenas para sobreviver.

Esperanças de menino

Se vão com o entardecer

Em seu peito pequenino

Sonha, mas não pode ter.

Ao ver os outros brincar

Vestidos e bem calçados

Com sapatos a brilhar

E calções bem engomados

Enquanto ele coitado

Sempre olhado com desdém

Descalço e esburacado

Maldiz a sorte que tem.

Até o pão que consome

É fruto do seu suor

Se não, morre de fome

E ninguém lhe dá valor

É assim a vida dura

De quem tão pobre nasceu

Fica a mágoa que perdura

Na pobreza que sofreu.

Lorde
Enviado por Lorde em 09/03/2014
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