Aurora

Da aurora flashes ideavam a vida.

Sem noção da realidade voavam

Os sonhos às solicitações recebidas.

Na inventiva das palavras campeava

A sutil emoção, entre o canto da passarada,

Vibrava o coração acalmando a revoada.

A brisa mansa sobre o rio caudaloso

Serenamente dispersava

E eu menino em ritmo choroso a olhava.

Por entre ananás e bromélias eu andava

E no campo das ilusões eu via

Tudo que eu sentia, mas nem tudo que eu mais amava.

E na íngreme ribanceira sobre skate

De madeira eu descia. A vida era tão linda,

Mas eu não tinha noção de tudo que eu aprontava.

Hoje tudo é concreto, de tijolo, cimento e pedra.

O canto da passarada eu não mais ouço

Da revoada só alvoroço da emoção que eu sentia.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 09/03/2014
Código do texto: T4721584
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