Aurora
Da aurora flashes ideavam a vida.
Sem noção da realidade voavam
Os sonhos às solicitações recebidas.
Na inventiva das palavras campeava
A sutil emoção, entre o canto da passarada,
Vibrava o coração acalmando a revoada.
A brisa mansa sobre o rio caudaloso
Serenamente dispersava
E eu menino em ritmo choroso a olhava.
Por entre ananás e bromélias eu andava
E no campo das ilusões eu via
Tudo que eu sentia, mas nem tudo que eu mais amava.
E na íngreme ribanceira sobre skate
De madeira eu descia. A vida era tão linda,
Mas eu não tinha noção de tudo que eu aprontava.
Hoje tudo é concreto, de tijolo, cimento e pedra.
O canto da passarada eu não mais ouço
Da revoada só alvoroço da emoção que eu sentia.