Um dia na Fazenda Lagoa Redonda

Como é belo o amanhecer

nas terras da Fazenda Lagoa Redonda.

Mesmo sem o cheiro

dos biscoitos fritos de polvilho

que minha mãe fazia,

neste espaço ainda brilha o sol

carregado de aroma materno.

No desenrolar do dia,

enrolo-me na lembrança

do barulho dos afazeres

de meus pais...

Um doce que sai do tacho.

Um berro de boi marcado,

e a intimidade de meu pai

com os animais:

É um tchou para chamar os bois.

Um eico para contar os porcos

E vários cós para trazer a égua rosada

e o cavalo caçula da várzea

para nossas longas cavalgadas.

Um inhambu se mistura ao canto

de um galo que anuncia

a preguiça do almoço.

A tarde começa nascer

brotando em mim uma ansiedade

para que o dia não termine.

Mas intrépida tarde vermelha

se tomba e se oculta no monte de Monjolos.

A noite chega,

com ela a eternidade

que aqueles dias foram para mim...

Intermináveis!

Intermináveis...

https://www.youtube.com/watch?v=EJnqpwZQ5RY

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 23/02/2014
Reeditado em 29/03/2014
Código do texto: T4703307
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