UMA LINDA MULHER INDO À CACHOEIRA
Ao te ver passando murmurei:
- És linda!
... Passaste...
Na estrada estreita pelo verde mato...
Pelas sombras das árvores do caminho...
E ouvindo os passarinhos...
Fazias caminhada...
E a lebre então pulou daquela estrada...
Foi ver sua amada... repetindo:
- É linda... é linda...
E a outra lebre chorando exclamava:
- Pare de dizer essa cousa infinda!
Eu também a vi passar, e vi que é linda...
Passaste no campo onde o aldeão trabalha...
E foste pela estrada a sós seguindo...
Os abrolhos que ao chão teus pés tocavam...
Não disseram nada... Mas ouviste: - És linda!!!
O sapo viu sua fêmea e foi saindo...
A brisa roçagava teus cabelos...
Havia sombra no vale...
E as águas murmurando iam caindo...
Dentro da mata... Tu, sob a cachoeira...
Não se pode imaginar cousa mais linda.