UMA LINDA MULHER INDO À CACHOEIRA

Ao te ver passando murmurei:

- És linda!

... Passaste...

Na estrada estreita pelo verde mato...

Pelas sombras das árvores do caminho...

E ouvindo os passarinhos...

Fazias caminhada...

E a lebre então pulou daquela estrada...

Foi ver sua amada... repetindo:

- É linda... é linda...

E a outra lebre chorando exclamava:

- Pare de dizer essa cousa infinda!

Eu também a vi passar, e vi que é linda...

Passaste no campo onde o aldeão trabalha...

E foste pela estrada a sós seguindo...

Os abrolhos que ao chão teus pés tocavam...

Não disseram nada... Mas ouviste: - És linda!!!

O sapo viu sua fêmea e foi saindo...

A brisa roçagava teus cabelos...

Havia sombra no vale...

E as águas murmurando iam caindo...

Dentro da mata... Tu, sob a cachoeira...

Não se pode imaginar cousa mais linda.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 30/04/2007
Reeditado em 23/08/2007
Código do texto: T469802