Rancoroso
Fui sendo louca
Despida de argumentos mentais
Foi despercebia aos olhos fracos
Noturna quando raiou o dia
Da fraqueza mais ardente
Uma delas foi me deixar levar feito folha ao vento,
Foram os outros que foram a força
Da qual tinha que ser eu
Coração partido de dor
Dor complacente na perda
Por tudo que não veio aos meus olhos
Fui caindo na tentação de não querer saber
Em uma noite escura
Vi meu retrato no fogo
Queimando na aleira
O que suas chamas eram ferventes
Vi pouco de mim
Da garotinha que gostava de sonhar
Meus nervos foram indo como gotas de chuva no orvalho
Como um amor perdido pelo seu tempo esquecido
Quando me dei um beliscão de atenção
Foi me saindo um peso de uma culpa
Da qual carreguei pelo resto da minha vida,
E foi isso que me deixou enlouquecer
Como não tinha boca pra nada
A boca foi ficando sem ter no que dizer
Como me matavam por ser assim
É que não deu pra ser diferente
Meu maior medo,
O de não saber dizer a verdade e um não
O meu maior desespero
Foi o fato de não saber o que escolher o certo
Minha bagunça se fez completa
Em um estado do qual não deixava de ser o meu
Sua voz foi sendo fraca e ríspida
Como unhas arranhando o quadro negro,
Foi ficando insuportável
Tudo que construí foi definhando
Tudo diante de um olhar
Que por tantos medos, traumas, fraquezas foi ficando rancoroso.