Nada? Nada!

Achavas que eu era nada

mas eu sou ar

e entro em ti feito aroma

fragrância encantada

feitiço do amar.

Achavas que eu não estava

mas eu sou lembrança

que teimosamente

em tua mente lhe amava

no querer que não cansa.

Achavas que eu não existia

mas eu sou miragem

tremulando no calor do dia

confundido nas outras pessoas

enquanto segues viajem.

Achavas que me esquecera

mas eu sou fantasia

diurna, vespertina, noturna

na mordida na pera

na saudosa alegria.

Talvez eu seja nada

neste vazio presente

mas sou absoluto

nessa falta danada

na esperança à frente.