UM HOMEM INFELIZ

Depois de luta brava, hoje sou o que sonhei,
obrigado Pai do céu, em quem tanto confiei,
creio, paguei o preço que a vida me cobrou.
Já fui uma pedra, que a natureza jogou fora,
já fui a lágrima, que do rosto não evapora,
mas perante a morte, meu olhar não chorou.

Fui um vulto, que ver ninguém jamais quiz
símbolo da tristeza, foto de um homem infeliz,
mas nunca caí, não dei a torcer o meu braço.
De vergonha, se escondeu de mim a lua,
mas caminhei, de peto nu por longa rua,
por que lutei, não tive medo do fracasso.

Fui massacrado, levantei e estou aqui de pé,
o guerreiro, seguindo em frente, sem dar a ré
nenhum tropeço, durante a vida me venceu.
Sobrevivente da vida, o que alguém não queria,
aqui estou, voltando para os poemas e poesia,
meu maior inimigo, a poucos momentos morreu.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/01/2014
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