Um Estorvo Incurável e Doente

Lamentos seguem lado a lado com as tristezas,

companheiras constantes em minha atual vida.

pedaços restantes, vestígios do que foi um dia,

um sonho moleque de uma seriedade bandida.

Imersão cega na escuridão de efêmeros sonos,

devaneados com cores de alegrias e esperanças,

prerrogativas obtidas por contextos amordaçados,

com tecidos, engendrados por teares de crianças.

"Ser" se o quero por que não tentar, assim o pensei,

sem saber avaliar o que reservava o meu destino.

Desconhecia que o "ser" pobre, poderia desnortear,

rumos traçados na fantasista cabeça de menino.

Não mais representarei o corriqueiro papel,

personagem daquela irreal vida vagante ao léu,

aos sabores dos ventos, ventanias e vendavais.

Resta-me quando busco a paz no sono indolente,

olvidar agruras desse estorvo incurável e doente,

imergindo em quimeras que não voltarão jamais.

Fim

Filêto
Enviado por Filêto em 13/01/2014
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