SERTÃO PRECIPITADO
SERTÃO PRECIPITADO
Percorri descalço a infante memória na chuva ora anunciada
Revivi o ardil de ensopar-me, na volta da escola marinheira
Liberação facilitada garantindo a correria banho brincadeira
Velozes percorrer do Alto ao Gato preto em louca disparada
Cascatas generosas a jorrar das calhas de armazéns imensos
Inolvidável cheiro d'água em terra quente eterno-esturricada
Peitos pueris arfantes sem espaço a dores desertos intensos
Líquido renovando a fé do servil povo ansioso pela invernada
Inocentes livres vibrantes, coração e alma, agora enxaguadas
Represas colossais eram as mega obras de pronto executadas
Como se ancestral instinto encomendasse tão esmerado feitio
Cioso em prevenir reservas para novo certo e duradouro estio
( Inspirado em comentário a plúvio poema de Tinto Marques, desde Sousa Paraiba, onde vivi meus melhores e primeiros onze anos. Estudando na escola da temida Dona Marinheira, de quem não esqueço os ensinamentos e a vil palmatória, que aproveito para perdoar .)