VÉRTICE
Abro as janelas
Fico no ângulo delas
E espio o dia entrar pela casa.
A luz do dia dança na minha frente
A princípio nada me apraz
A luz intensifica, a dança insiste
E vem certa paz aos sentidos.
Estou no ângulo
No vértice das janelas abertas
Que me convidam pra fora.
Não vou
Temo a imensidão dos dias.
Transformo-me em “namoradeira”
e da minha janela penso no vir-a ser
Enquanto o dia se despede.