A ESTANTE

A estante

Por um instante

Volta a ser como antes

Deixa de ser gigante

E tão menos importante

Respira em teu semblante

A foto intrigante

De quem já foi tão diferente...

A estante

Por instante

Deixa de ser vibrante

E volta a ser como antes

Tua forma exuberante

Feita de puro diamante

Já deixa de ser tão importante

Pra transformar-se em mero semblante

Que por algum instante

Deixa de ser simples amante

Para serem pedaços inflamantes

Do que foste antes

Apenas uma estante;

A estante

Por um instante

Volta a ser como era antes

Teu formato fascinante

De um marrom tão brilhante

Hoje não tão mais exuberante

Se desmonta num só instante

Pelo estremecer da dor berrante...

É quando o olhar assim marcante

Percebe por um instante

Que já não vive tão distante

A danificada foto itinerante

Ainda colorida ao teu semblante,

Eis que de novo a estante

Percebe que por um instante

Nunca foi tão diferente

E jamais será como antes...

sergio canuto
Enviado por sergio canuto em 22/11/2013
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