A ESTANTE
A estante
Por um instante
Volta a ser como antes
Deixa de ser gigante
E tão menos importante
Respira em teu semblante
A foto intrigante
De quem já foi tão diferente...
A estante
Por instante
Deixa de ser vibrante
E volta a ser como antes
Tua forma exuberante
Feita de puro diamante
Já deixa de ser tão importante
Pra transformar-se em mero semblante
Que por algum instante
Deixa de ser simples amante
Para serem pedaços inflamantes
Do que foste antes
Apenas uma estante;
A estante
Por um instante
Volta a ser como era antes
Teu formato fascinante
De um marrom tão brilhante
Hoje não tão mais exuberante
Se desmonta num só instante
Pelo estremecer da dor berrante...
É quando o olhar assim marcante
Percebe por um instante
Que já não vive tão distante
A danificada foto itinerante
Ainda colorida ao teu semblante,
Eis que de novo a estante
Percebe que por um instante
Nunca foi tão diferente
E jamais será como antes...