ANGELUS

 

"Tênue tecido alaranjado passando em
fundo preto da noite à luz."
(Guimarães Rosa)

 

O Sol, sonolento, esconde-se no poente,
E puxa o negro lençol da noite,
Neste sagrado e único momento.
Tudo cessa, tudo é calma, tudo é paz
Bendito silencio amortece a vida,
Recolhimento, contrição... é o Angelus!
Que chega, aveludado, como cetim.

De violeta cobre-se a paisagem,
Fundem-se as sombras e se diluem...
Como em amável contraponto,
Plange, lamentoso, um sino na campina,
Na universal beleza desse instante,
Fica o homem, mesmo sem sentir,
Na mais completa comunhão com Deus! 

               -o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

(dedicado aos inspirados poetas e poetisas do Recanto das Letras)

paulo rego
Enviado por paulo rego em 18/11/2013
Reeditado em 10/12/2013
Código do texto: T4576135
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