PÔR-DO-SOL NO MORRO
Morro de São Paulo, seis da tarde.
Uma bola de fogo, em queda lenta,
esparge luz e cores vivas,
compondo uma aquarela celeste.
Acordes suaves, quase inaudíveis,
vindos do caminho do farol
sugerem a chegada de Ravel
e seu Bolero em cadência crescente.
A melodia dá o rítmo da queda
agora em movimentos mais rápidos
e acordes cada vez mais intensos,
cada vez mais vibrantes.
Aproxima-se o "grand finale".
Em êxtase, uma platéia atônita
delira e deixa escapar
sucessivos oh!!!
O sol agora
é uma gota de sangue
que desaparece
na imensidão do mar.