Quantas primaveras

O inverno escorre esvaecido enfim, gelado.

Como no cair gotas nitentes de orvalho.

Co'a primavera anuncia nas flores, o vento calado

que deixa lentamente o frio latente dos galhos.

O peito descongela, derrete, volta a bater errante

cala-te batimento inquietante!

Não faz-me precito alguém, não mais que ninguém

tão profunda admiração pelo inverno cortante.

Conta quantas primaveras são.

Quantos perfumes lavaram a neve de aljofre

quanta mocidade levou o pélago olhar?

Atento! O advir do inverno é adagio da ilusão.

Exorcista
Enviado por Exorcista em 02/10/2013
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