Quantas primaveras
O inverno escorre esvaecido enfim, gelado.
Como no cair gotas nitentes de orvalho.
Co'a primavera anuncia nas flores, o vento calado
que deixa lentamente o frio latente dos galhos.
O peito descongela, derrete, volta a bater errante
cala-te batimento inquietante!
Não faz-me precito alguém, não mais que ninguém
tão profunda admiração pelo inverno cortante.
Conta quantas primaveras são.
Quantos perfumes lavaram a neve de aljofre
quanta mocidade levou o pélago olhar?
Atento! O advir do inverno é adagio da ilusão.