RIO SÃO MARCOS
Sandra Fayad
 
Rio São Marcos te lembro bem
Quando eu, ainda semente,
Tentava seguir o vento.
Eras caudaloso, barrento,
rei da abundância.
 
De canoa naveguei-te sem temor
Em tempos de santa ignorância.
Terra líquida do bagre audacioso,
Pesada e púrpura "nas águas",
Leve e cristalina "na seca",
Teus braços dissipavam mágoas,
Acolhiam almas desgarradas
Dos troncos, dos barcos.

 
Travesseiro perfumado
Do barqueiro preguiçoso,
Gibi que conta minha história
em quadrinhos preto e branco.

Berço peçonhento de feras rasteiras,
Desastre indelével na memória,
Prematuro abalo das minhas raízes,
Cobra cascavel levou a melhor avó.

 
Festiva chegada da ponte (pontinha!).
- Parecia a super ponte -

Ribeirinhos mais felizes.
Vizinhança forte, folclórica, rica.
Adoçou meus primeiros passos,
Alimentou-me como rapadura
E cambica.
Bsb, 27/03/2009
O rio São Marcos traz boas recordações da infância. Porém está ligado à morte prematura da minha avó materna que, ao voltar do rio para a sede da fazenda, foi atingida pelo veneno de uma cobra cascavel, vindo a falecer poucas horas depois.
Veja aqui um vídeo de 2010 do Rio São Marcos e da ponte mencionada na poesia: 
https://www.youtube.com/watch?v=ubPL7b993sQ​

Sandra Fayad  www.sandrafayad.prosaeverso.net
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 19/09/2013
Reeditado em 22/02/2015
Código do texto: T4487981
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.