BALADA DOS PÁSSAROS
Canta o melro na clara madrugada
Uma balada doce e comovente
Esperançado que a noite s´ afugente
Por um amigo qu´ vai de abalada.
Canta a rola no alvor da nostalgia
Um trinado saudoso, quão silente,
Esperançada na aurora refulgente
Que traga o seu amigo qualquer dia.
As andorinhas cortam o céu azul
E perante a surpresa dos pardais
Deixam abandonados os beirais
Apontando suas asas para sul.
Calou-se a mansidão da sinfonia
E não se vê a toalha na janela
Por não haver migalhas dentro dela
Que possam colmatar esta apatia.
Fica dentro de nós a solidão
Neste fatal destino de ilusão!
Frassino Machado
In CANÇÃO DA TERRA
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