METAMORFOSE
Há um novo momento diante de mim
Fico de longe vendo-o chegar
Vem de mansinho, sorrateiro, ameaçador...
Espio desconfiada tal qual espectadora de circo
Só que com uma diferença, a plateia sofre de um vazio-cheio que transborda.
Certa de que não é para mim tal momento, passeio pelo silêncio dele.
Uma sensação de “mesmo?” me invade.
Para tão logo minha memória olfativa detectar seu cheiro.
Um cheiro diferente... Verde, sei que não é.
Cheira maduro
Exala saudosismo
Estranheza
animosidades ...
Rebelo-me
Esbravejo e me vejo
Ensimesmada, absorta
por perceber o impercebível, o previsível, visível...
“ não sou mais espectadora-mor... Moro nele...Protagonizo a cena.
Então,
enceno e aceno pro novo momento ...
(Suerdes Viana)