:: Dois Pássaros Mortos ::


Meus olhos infantis remiram a fé
Quando tuas garras soltas mirei só, ao chão
Dois pedacinhos de Cristo debruçados na maré
Meu peito assola, rente e frio caramanchão

Ou naquele pergolado onde as uvas abundam
Por onde eles voavam dóceis em lindo dia
Por onde os mesmos olhos passeavam, cada galho que levavam
Invejando a liberdade na fênix que ali eu via

Revivi a cena em mente, mesmo que nunca estive em Abrolhos
As asas já não mais batiam, inertes absortos
E meus sonhos evoluíram compulsórios
De joelhos concluí em pratos... eram dois pássaros mortos...



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imagem: cafeseblablablas.blogspot.com