Ir
Um ponto na imensidão do vazio
Mirante com vista para o jamais
Força que desarma a coragem
Distância entre o hoje e o nunca mais.
Silêncio...Ouça o estrondo que ele faz
Um rugir de dor e amargura enclausurada
Na alma, torpor e vertigem sagaz
Cala na alma a solidão contida e muda
No arfar do peito a respiração estanca
Enquanto nas veias, o sangue ainda corre
Respira buscando o ar que mantem viva a esperança
Porque na alma, o doce encanto morre
Tempo de espera, amarga espera do ontem
Roga aos céus a piedade nunca dada
Enquanto sucumbe ao destino implacável
Malfadado destino de sonhar acordada
Por fim chega o fim tão almejado
Tempo de partida e novo despertar
No mundo em que se passou sem sentido
Sente a alma finalmente se libertar
Voa e percorre os mares infindos, loucas marés
À deriva solto a navegar, rompe as ondas
Cala o silêncio, vive o momento
Morre, pois que morrer
É renascer mil vezes
Sonhar mil vezes
Chorar mil vezes
Cantar cantigas
Dizer adeus
Sorrir
Partir
Ir
19/07/2013
(Fátima Ayache)