Devota de um Deus que dança
Contorço-me em uma rede de caroá.
Não por desconforto físico,
mas por desconforto mental.
Não sou muito de fazer tratos com Deus.
Nunca fui a preferida.
E muito menos a mais amada.
Gosto do simples e doente.
Do desgraçado apavorado.
Do inútil inacabado.
Sou devota de qualquer
Deus que dance
e aceite o orgasmo.
Sou pagã.
Voo com borboletas.
Não me importo com o amanhã.