Colecionadora de desgraças

Dores musculares.

Não só por suportar o mundo,

mas por suportar as desgraças do mundo.

Sinto-me melhor com um cigarro entre os lábios.

Aprecio a fraca sensação de ter algo em controle.

Meus podres vícios aliciam minha mente adoentada.

Não é dessas doenças que se trata com remédio.

É algo que mais profundo,

vem dentro.

E aos poucos vai vazando pelos poros.

Falo aqui de dores incalculáveis.

Sim, nunca neguei.

Sempre fui e sempre serei

uma colecionadora de desgraças.

Lélia Borgo
Enviado por Lélia Borgo em 02/07/2013
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