Aplaudo-me

Quando me vejo

no espelho da alma

assusta-me quem

deveras sou.

Poço profundo de

memórias e resgates,

"eu" a ser descoberto.

Desconheço-me,

ignoro-me,

perco-me e

choro.

Tantas faces,

sórdidos invólucros,

vagas lembranças,

amargo lago

em descanso.

Maquio-me,

disfarço-me,

atuo no palco ilusório

da vida.

Palhoço de mim mesmo

choro um riso enfadado

de desalento.

Aplaudo-me tristemente.

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 26/06/2013
Código do texto: T4359401
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