Aplaudo-me
Quando me vejo
no espelho da alma
assusta-me quem
deveras sou.
Poço profundo de
memórias e resgates,
"eu" a ser descoberto.
Desconheço-me,
ignoro-me,
perco-me e
choro.
Tantas faces,
sórdidos invólucros,
vagas lembranças,
amargo lago
em descanso.
Maquio-me,
disfarço-me,
atuo no palco ilusório
da vida.
Palhoço de mim mesmo
choro um riso enfadado
de desalento.
Aplaudo-me tristemente.