Sazonais

Flor que é sempre flor

desabrocha cor de pele,

no balanço da cabrocha,

no gingado que debocha.

Sol que é sempre sol

ateia fogo ao paiol,

no chão ressequido,

no vestido estampado.

Folha que é sempre folha

nasce da rama, sem escolha,

no campo que derrama o verde

em verde quase morto. Absorto.

Neve que é sempre neve

estende tapete alvacento

no frio das moradas de abandono,

no peito estreito, silêncio. Desmorono.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 03/04/2007
Código do texto: T435671
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