HORAS MORTAS
Horas mortas do meu tédio
Com nostalgia senti,
Para os males que vivi
Jamais acharei remédio.
Destes amores me farte
Repleto de mal profundo
E não tenho neste mundo
Nada mais de que m´ aparte.
Dizem haver em Lisboa
Muita gente sem futuro
Quero sair dela, eu juro,
E tornar-me outra pessoa.
Irei cantar o meu fado
Lá pr´ às terras de ninguém
Vou viver como convém
Doutra sorte enamorado.
E quando tiver idade
Sem nada pr´ a reviver
Quero na terra morrer
Amarrado na saudade!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE