Apela o Mar à Poeta
Vem, Poeta, o mar exclama!
Vem degustar a doçura do sal
Onde sempre te embalei
Ainda antes de alguém
Ou alguma coisa existir!
Vem substanciar o remoto amor
Que longamente nos atrai
Que te detém?
Sussurra o mar.... Poeta, vem!
Vem que és minha mulher sereia
Avassala-te em mim onda a onda
Dissolve-te em mim gota a gota
Que é tua, pois te contém
Rola comigo, Poeta, vem!
Embala-te no arrulhar
Que te segredo ao ouvido...
Vem ao rasar da espuma
Espojar tua alma etérea
Em minha alma líquida
Embala-te em meus infinitos braços
De inebriante amor, Poeta! Vem
Rolar em meu rodar constante
Levar-te-ei
Por delírios que nunca previste
Mundos além.....
Vila Galé, 19/12/2003