ENLEVO
ENLEVO
Na manhã fresca de outono,
o verde brinca no espaço
com o cheiro bom de fruta madura.
As borboletas fazem o seu bailado,
confundindo-se com as flores,
em revoada multicor,
numa beleza pura.
É uma tranquilidade
que, há muito, eu não sentia.
E, nessa atmosfera de paz,
sorvendo o aroma que essa aragem traz,
me deixo abraçar pela poesia.
Abandonada na rede,
vagando o pensamento ao acaso,
embalo a minha preguiça.
Submissa me permito levar
recolhendo os fragmentos
de muitas recordações,
degustando o sabor da brisa.