O SOLITÁRIO HOMEM DO CAMPO
O fogão de lenha em labaredas
lambendo as panelas queimantes e ferventes,
enquanto o roçador sentado à mesa
espera o fervilhar de seu café,enquanto as saudades sente.
Pega a enxada afiada na pedra
a matula,dispõe em seu alforge,
segue os trieiros que o leve a roça
enquanto a borboleta assustada foge.
Ao lado,um riacho fundo
onde o seu lazer é a pesca,
nas domingueiras de sol a pique,
no sombrear de uma árvore,faz a sua sesta.
A tarde cai indolente
o sol arrastando a lua,
é a volta a sua vivenda
terminando assim,a sua contenda.
Lamparina acesa sobre a mesa
a viola geme em suas mãos,
a solidão é a sua companheira
a ouvir a sua canção.
As brasas ainda cintilam no fogão
as cinzas começam a cobri-las,
como as saudades a cobrir os seus lamentos
em não querer senti-las.
Ela se foi em uma tarde primaveril
por uma tola discutição,
largando todos os trapos e farrapos
em suas mãos.
Sólito em sua tapera
o fogão lhe aquece a alma,
a viola rebate e chora
ate que o sono lhe cobre,e acalma.
Manhã um tanto nebulosa
lava o seu rosto em um rego d`água
preparando uma nova jornada,
labutando para esquecer das suas mágoas.