O SOLITÁRIO HOMEM DO CAMPO

O fogão de lenha em labaredas

lambendo as panelas queimantes e ferventes,

enquanto o roçador sentado à mesa

espera o fervilhar de seu café,enquanto as saudades sente.

Pega a enxada afiada na pedra

a matula,dispõe em seu alforge,

segue os trieiros que o leve a roça

enquanto a borboleta assustada foge.

Ao lado,um riacho fundo

onde o seu lazer é a pesca,

nas domingueiras de sol a pique,

no sombrear de uma árvore,faz a sua sesta.

A tarde cai indolente

o sol arrastando a lua,

é a volta a sua vivenda

terminando assim,a sua contenda.

Lamparina acesa sobre a mesa

a viola geme em suas mãos,

a solidão é a sua companheira

a ouvir a sua canção.

As brasas ainda cintilam no fogão

as cinzas começam a cobri-las,

como as saudades a cobrir os seus lamentos

em não querer senti-las.

Ela se foi em uma tarde primaveril

por uma tola discutição,

largando todos os trapos e farrapos

em suas mãos.

Sólito em sua tapera

o fogão lhe aquece a alma,

a viola rebate e chora

ate que o sono lhe cobre,e acalma.

Manhã um tanto nebulosa

lava o seu rosto em um rego d`água

preparando uma nova jornada,

labutando para esquecer das suas mágoas.

Diney Marques
Enviado por Diney Marques em 15/05/2013
Código do texto: T4291702
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