ALVERNE DA ALMA

Varatojo meu encanto,

Muito pertinho do céu,

Com horizonte sem véu

É para o povo um espanto.

Abrigo airoso que acalma

No cimo do verde outeiro

Colhe o sol o dia inteiro,

O meu Alverne da Alma.

Cada romeiro que passa

Nestas encostas frondosas

Sente um aroma de rosas

E um panorama com graça.

Neste lugar de sossego

Há um remédio sereno:

Fazer do grande pequeno,

Santo, mais tarde ou mais cedo.

Nas vinhas e nos pomares

Há frutos assegurados

E nos campos abençoados

Sente-se a paz e bons ares.

As horas passam seguras

Sem espaço e sem medida

A voz da alma é sentida

Sem peias e amarguras.

Um bosque com eremitério,

Dá repouso e mansidão,

Dá bonança ao coração

E pr´ à alma refrigério.

Moradia de imponência

Com elegantes janelas,

Nobres claustros e celas

Chamando à reverência.

Toda a vivência é regrada

Nos confrades e coristas,

Há paisagens maneiristas

Com cultura assimilada.

Para o ofício, na calma,

Ouve-se o toque dos sinos

Há cantares diamantinos

Naquele Alverne da Alma.

“Alverne” aqui lhe chamei,

No burgo chama-se António,

Que o Santo é património

Nestes versos que cantei!

Frassino Machado

In MONTE ALVERNE

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 07/05/2013
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