Nostalgia

Saudade de tempo nu.

Quando corpos se entrelaçavam,

sem angustia ou dor.

Com as pernas sujas de terra.

Os olhos manhosos.

Os seios duros, fartos e corados

são chupados pela linguá do poeta amado

que esconde entre os dentes falhos a desgraça

de seu legado.

A lira toca, desfaz a dor.

As posições mudam.

A noite se acaba.

Os olhos se apertam.

As pernas se desenroscam.

O poeta acorda.

Caído na cama repara:

Tudo que sentiu, foi nostalgia.

Lélia Borgo
Enviado por Lélia Borgo em 06/05/2013
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