Se já não mais canto...



Se já não mais canto da vida o efêmero canto
E nem mesmo mais com ele ora me encanto,
Resta em mim, em algum canto, no entanto,
O brilho de uma lágrima, réstia de meu pranto.

Se já nem mesmo mais me enterneço com a vida,
Com minha dor, vivendo simplesmente por viver,
Saiba que a cada dia em realidade eu feneço e, florida,
Vejo-a brotar do árido chão de minh`alma, a renascer.

E, afinal, se nem mesmo mais me ouves o pranto
De minhas dores, de meus anseios, de meus pendores,
Saiba que te vejo como realmente és, mero agapanto

Que, ao tempo em que fenecia, inebriado com teu olor,
Dele absorvia a suave essência, o perfume de flores,
Para renascer, pleno de vida, pleno de mim, pleno de amor...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 28/04/2013
Reeditado em 28/09/2013
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