Memórias
Minha memória tem fome de estrelas.
Dessas bem enormes,
que reluzem durante toda á noite.
O meu íntimo consome
a pouca memória. E a mesma
faz questão de fugir.
Que bosta, a rima fugiu.
Eu quase esqueci do bêbado pedindo esmola
na porta da escola.
E o meu primeiro beijo.
E os primeiros versos.
Cantando triste um canto,
no canto escondido ficaram.
Eis que a memória
acaba.
Enquanto viva,
tem fome.