Só dando uma olhada
Aí ele olhou pra cima e viu a velha fumando na janela.
Pro lado e viu a mãe puxando o filho que chorava.
Pra traz e de canto de olho reparou nas pessoas em fila de banco.
Entrou na padaria e olhou pra frente. Não viu ninguém.
Era só o reflexo daquele humano cabisbaixo esperando piedade.
E era piedade pouca. Era uma esperança de volta.
De tortura boa, de amores sem resposta.
Ele estava mais cru ainda que o normal.
Não tinha vontades, nem medos, nem alguém
Em quem pudesse pensar.
Comeu, saiu e foi procurar algo pra fazer
Daquela vida sem graça.
Ainda continua por aí, olhando tudo feito trouxa.