O Jardim da Minha Infância

Da varanda de casa avistava

na frente, um lindo jardim, que

na minha pequenês me parecia

imenso.

Lindos canteiros de miúdas rosinhas

brancas, pareciam flocos de neve

sob o verde da grama.

Mais a frente a imponente roseira

de um vermelho pulsante reinava

sobre suas súditas.

Os amores-perfeitos ladeavam

todo o muro que cercava o meu

castelo, de todas as cores, pareciam

soldadinhos a guardar a princesinha.

Uma imponente e linda palmeira

marcava o centro do jardim, como

flâmula de bandeira que impõe realeza.

Bem ao lado da varanda ficava aquela

arvóre imensa de flores cor de laranja,

que em certas épocas do ano cobria

o chão com seu colorido desbotado

de inverno.

E nessa árvore havia o que tinha

de mais especial naquela tenra idade.

Meu balanço de cordas fortes e assento

de madeira, que me levava quase até ao céu.

Sentada nele eu era viajante espacial,

chegaria até a lua e roubaria uma estrela

pelo caminho.

Era a rainha que sentada em seu trono,

observava o seu reino de fantasias.

Fui princesa, fui artista de circo e

também a namoradinha que espera

seu pequeno príncipe no banco da praça.

Hoje este jardim querido não existe mais,

suas flores se foram, o meu balanço,

ah! o meu balanço também se foi

Nem a casa tem mais lá.

Mas tudo isso encontrou outro

lugar para enfeitar, está bem

aqui no fundo do meu coração,

fazendo companhia a ternas

lembranças da minha infância.

Sol Lopes
Enviado por Sol Lopes em 12/04/2013
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T4236676
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