O Jardim da Minha Infância
Da varanda de casa avistava
na frente, um lindo jardim, que
na minha pequenês me parecia
imenso.
Lindos canteiros de miúdas rosinhas
brancas, pareciam flocos de neve
sob o verde da grama.
Mais a frente a imponente roseira
de um vermelho pulsante reinava
sobre suas súditas.
Os amores-perfeitos ladeavam
todo o muro que cercava o meu
castelo, de todas as cores, pareciam
soldadinhos a guardar a princesinha.
Uma imponente e linda palmeira
marcava o centro do jardim, como
flâmula de bandeira que impõe realeza.
Bem ao lado da varanda ficava aquela
arvóre imensa de flores cor de laranja,
que em certas épocas do ano cobria
o chão com seu colorido desbotado
de inverno.
E nessa árvore havia o que tinha
de mais especial naquela tenra idade.
Meu balanço de cordas fortes e assento
de madeira, que me levava quase até ao céu.
Sentada nele eu era viajante espacial,
chegaria até a lua e roubaria uma estrela
pelo caminho.
Era a rainha que sentada em seu trono,
observava o seu reino de fantasias.
Fui princesa, fui artista de circo e
também a namoradinha que espera
seu pequeno príncipe no banco da praça.
Hoje este jardim querido não existe mais,
suas flores se foram, o meu balanço,
ah! o meu balanço também se foi
Nem a casa tem mais lá.
Mas tudo isso encontrou outro
lugar para enfeitar, está bem
aqui no fundo do meu coração,
fazendo companhia a ternas
lembranças da minha infância.