DEUSA

Contemplemos esta noite que desfila

num vestido deslumbrante de mistérios

salpicado de brilhantes que cintilam

e transformam o momento em etéreo

Contemplemos esta dama dos segredos:

no silêncio sepulcral da madrugada

tanto grita, que acorda alguns dos medos

na alma incauta que transtorna, enluarada

Tão materna que, de uma forma estranha,

acalenta dores várias e cansaços

encobrindo com sua sombra tamanha

muitos nós dos sós e dos sóis, o mormaço

Deusa estranha, adornada pelo tempo

simples, fácil; frágil é seu movimento

DEUSA – Lena Ferreira – abril/13