Moldura
Ah, vida dura
Como uma simples pintura
Pendurada na parede fria
Todos a olham, ninguém a vê
Há vida dura
Onde a fé perdura
Oração servindo de atadura
Para as feridas que virão
Ávida, dura, vida
Viver assim nem sei porque
Se da luta não me retiro
Mas procuro sempre um abrigo
Sem nem saber pra que
Quero me esconder
Da vida dura
Mas ela me acha, me procura
Não me deixa só
E vem, correndo sem dó
A judiar do peito
E eu sem jeito
Procuro entender
O que procuro
Nesse longo escuro
Que da minha vida
É tentar viver
Talvez seja eu pintura
Aos olhos de Deus
que me olha...
Mas não me vê.
(Fabrízio Stella - 23/03/2007)